Ando afeita a elas, desde quando me desencantei com as revoluções!
As reformas nos chamam mais para nossa humanidade, enquanto as revoluções são sempre produto de muita pretensão humana, de efetivamente virar a página, como se nossas vidas fossem livros, cuja determinação do escritor, definisse isto ou aquilo.
Hoje me concebo muito mais como uma tela. As novas tintas sobrepõem às velhas, e assim penso que o quadro, sempre inacabado, é belo em todas as existências, pois o movimento que o garante, é sua própria identidade.
Ando pensando em reformar a varanda! Ela nasceu em meio a muitas lágrimas e risos frouxos. Sim... eu fui feliz!
Hoje, lamentavemente ouvir um discurso inútil, vazio, cujo título era "Eu odeio Chico Buarque". Quem escreveu, em um jornal de circulação popular da cidade que eu moro, foi um colega de trabalho, que mal conheço de vista. Fiquei pensando o quanto precisamos falar sobre o que nos incomoda, e aqui estou eu... (rs). Felizmente o que incomoda o incomodado com o Chico, não é o mesmo que me incomoda...
Dada a minha paixão pela obra viva de Chico, eu pulsei na hora que ouvia atentamente a leitura da reportagem. Pensei primeiro criticamente: será que minha paixão é cega a ponto de eu encher o saco de quem diz não gostar de Chico? Acho que não... mas aceito ponderação contrária!
Depois pensei: de onde vem a vontade de pessoas, que são projetadas a ponto de emitir suas opiniões em um jornal de ampla circulação em Campos dos Goytacazes (quase sempre entendida como umbigo do mundo pelos campistas), manifestarem seu ódio? Não seria possível lamentar a existência de um universalismo radical dos fãs de Chico Buarque, e inclusive levantar questão urgentes sobre as unanimidades? Não faço idéia se Chico se pretende universal, atendendo ao gosto de todos, embora seja visível seu ecletismo. Minha admiração por Chico, me faz pensar que ele não se pretende universal, e se ele se pretende, eu teria aí um motivo de ressalva para a minha enorme admiração.
Quanto ao colega, pensei: "uns gostam dos olhos, e outros gostam da remela". Só não dou um grito de "Viva a Democracia" por crer plenamente que "toda unanimidade é burra", inclusive os que partindo do princípio da unanimidade, defendem a democracia.
E volto à pergunta: qual é necessidade de expressar que odiamos? E, eu, que me sinto traduzida pela poesia buarquiana, tenho por isto um defeito socialmente icorrigível para os que se pretendem universalistas, egos transcendentais?
Coincidências à parte, tomei estas questões, após pensar a reforma da varanda, em tons azuis, inspirada na música Vida, por estar ávida de luz! Eu reconheço que eu fui feliz nas trevas da noite... e, eu bem sei por qual razão de meu corpo estar pedindo mais dia!
Quero continuar batendo papo na varanda... não sei se minha parceira de alpendre vai topar papear à luz do dia... vejamos!
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