É um silêncio
sendo do que não digo.
Não digo por não ter o que dizer.
Dizer o injustificável na impotência.
A impotência é muda
Tem língua,
Mas, língua sem cordas
Língua sem som
Língua sem acorde
Língua sem coração
É língua sem ação
Inércia do coração
Sem corda,
se faz silêncio
Um grito pelo avesso
ao invés dos tímpanos
dói o estômago.
Grito fatalmente convertido
em merda travada.
As palavras se foram,
então,
ralo abaixo
Me deixaram em seu lugar
um preenchimento de vazio indecifrável
Viver é abafar a dor...
Escrito por mim, Márcia, em algum dia de maio de 2007. Postado hoje, após a lembrança que a varanda é lugar dos degredados, e também após ter lido Rubem Alves e Yves Leloup, heréticos assumidos, que me convenceram que Deus só se manifesta em ausências. Sintindo-me abençoada, posto também a imagem de um ser em extinção recebendo os cuidados em sua fragialidade. Foto retirada de http://bichos.uol.com.br/album/zoozoom345_21092007_album.jhtm?abrefoto=10
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