"Olhe como ele encara a multidão, como ele encara Pialtos. É ele o condenado e no entanto, ele se comporta como um rei, ele não tem mais nada a dizer, ele é o que é. Ele não tem nenhuma verdade a dizer, ele é a Verdade... Felizmente elel não diz o que é a verdade! Poderíamos nos apropriar de suas palavras e poderíamos, então, 'ter' a verdade e desprezar aqueles que não a 'possuem'. Yeshoua não nos dá uma verdade que podemos possuir, ele é o exemplo de uma verdade que devemos ser, mesmo em face da adversidade, da injustiça e da arrogância dos poderosos... Yeshoua não nos dá algo que poderíamos transformar em um ter, um saber ou um poder. Ele nos concede o dom de cada vez mais sermos 'Eu Sou', de crescermos em consciência e em amor... Yeshoua não e uma verdade que temos, mas uma verdade que somos. O Reino do qualnos fala Yeshoua é o mundo daqueles que são a verdade, daqueles que são verdadeiros".
Esta é a fala da Jacó a Judas Iscariotes, o zelota, quando ambos assistindo ao ritual de condenação de Yeshoua (Jesus), Judas amargura o sentimento de ter sido traído por seu mestre, de quem ele tinha uma expectativa de ser um salvador, messias deste mundo. Tal passagem encontra-se no livro de Jean Yves Leloup, Judas e Jesus: Duas faces de uma única revelação.

Judas beijando Jesus (cena do DVD da National Geographic).disponível em:http://www.chamada.com.br/mensagens/beijinho_safado.html
Ler Yves Leloup nesta obra, baseada nos escritos do próprio Judas, no seu evangelho, é um exercício de extrapolar a narrativa histórica e entrar no mundo da psiquê humana, onde encontramos em nós tantos Judas quantos Yeshoua. Mais interessante, neste particular é a dualidade que nos toma entre ser verdadeiro, a opção de Jesus, e ter a verdade como uma arma a modificar o mundo, pressuposto da luta do zelote Iscariotis.
Vale dizer que a busca por ser verdadeiro implica numa conduta ainda tida como herege, nos nossos tempos. E que ter uma Verdade a ser fincada no mundo, traduz-se, ao meu olhar, como um desejo imperialista de se ganhar o mundo pela força, e não pelo amor.
Postado por Márcia,
Após mais uma tormenta na busca por ser verdadeira.
4 comentários:
E quantos tapas na cara como este(ao invés e como um beijo no Yeshoua que também há em mim)terei que levar pra me convencer? Preferirei seguir com a FORÇA (sobre-humana) que tenho feito ou com o AMOR que há em mim - em se considerando ser o amor o mais verdadeiro? Qual a verdade que querem meus próximos TER sobre mim? Qual o papel mais cômodo - o de condenado ou o de rei? E acomodar-me - é o que quero? NÃO SEI! Cabe-me omitir-me! Porque entre Judas e Jesus deve haver um tanto de exemplos não exaltados pelos escritos dentre os quais me encaixo... Acovardamo-nos assistindo à rinha de galo, porém fazendo nossas apostas, nutrindo as perdas e sangues (e de sangues), e fingimos não estarmos sangrando como um deles! Fingimos não morrermos e não trairmos (morte de dentro - ainda respirando); fingimos não nos envolvermos; fugimos de nossa responsabilidade ao que nutrimos a dor própria! Assim somos. Marcelle.
Márcia,
Emociona-me também esta sintonia, minha amiga! Definitivamente falamos a mesma coisa, em assuntos distintos... Mas pensei em você na construção da minha última postagem, já tocada pelas "coincidências". Imagino o que se passa aí! Quanto a nós, evoluímos! Já não trocamos mais e-mails enormes, nem gastamos 50% de nossos salários com telefonia... Dizemo-nos nas entrelinhas das frases NÃO DITAS ainda e nos conhecemos muito pra continuarmos conversando mesmo assim! Aqui, ainda parece que ninguém alcança minha necessidade de ALMA! Obrigada por existir! Por me tocar daí, sem as palavras "no ar"... Apenas na comunhão de idéias que são divindades nossas... Nelas, não traímos (nem Judas, nem Jesus)... Um beijo! Não deixa a peteca cair! Nem aí, nem aqui na varanda, tá? Te amo! Marcelle.
Esperança é como o girassol,
que à toa se vira em direção ao sol.
Mas não é à toa.
Virar-se para o sol
é um ato de realização de fé.
[Clarice Lispector]
BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
Lauren,
Estava sentindo muito sua falta na varanda! Obrigada pelas palavras certas na hora devida... Apareça mais vezes... Um beijão, Marcelle.
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