sábado, dezembro 23

Inspirações natalinas III








Fiz deste poema a minha saudação de Feliz Natal deste ano de 2006.

Explico: há muito, o nascer e o morrer, são binômios inseparáveis na minha vida, ao contrário de dois momentos distintos: o inaugural e o derradeiro, dos quais originam certidões e rituais.

Ressignificar a morte, exigiu de mim, também ressignificar o nascimento.

Se nasço para algo, para outrem morro! Não há nascer sem renúncias! Não há conquistas, sem desapego!

Ainda penso que o melhor Natal é quando o Cristo, numa mística, em mim nasce!

Para pensar que isto é humanamente possível, tenho como modelo Francisco de Assis, grande natalino cristão!

Trazer o natal para dentro de mim, isto que me modifica!

Que em 2007 saibamos "velar, falar baixo, pisar leve, dizer uma canção sobre o berço" em que ninamos os nossos sonhos!

Que cada vez mais aprendamos discernir sobre o que deve morrer, para que um outro nasça! Discernir por quem, ou pelo quê é digno sofrer, para que, não obstante a tristeza, sejamos felizes!

Acho que era Drummond que dizia que a tristeza dele não se opunha à felicidade. Assim quero aprender a ser. Uma feliz triste pelo que vale a pena!

Feliz enquanto substantivo e triste como adjetivo, mas só pelo que é merecido e necessário.

É o que eu desejo para todos e todas, especialmente para mim mesma: este aprendizado natalino (curso ininterrupto e presencial), para que faça sentido, e seja para mim digno, estar por aqui!
Álbum de fotografia UOL.

Companhia
Pilobolus.
Poema de Natal

Vinícius de Moraes

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos...
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos...
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, verA noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai.
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte ...
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem;
da morte, apenas
Nascemos, imensamente!

Imagem obtida pelo telescópio Hubble. Álbum UOL. Trata-se da estrela Pismis 24-1, uma integrante jovem e brilhante de um conjunto de estrelas chamado Pismis 24, que fica a 8.000 anos-luz da Terra.Medidas iniciais atribuíram a ela uma massa de cerca de 200, possivelmente 300 vezes a do Sol, um volume extraordinariamente alto, pois estrelas desta massa normalmente ocupam partes do cosmos que são coalhadas de estrelas. Novas observações de uma equipe de astrônomos chefiada por Jesus Maiz Apellaniz, do Instituto de Astrofísica de Andaluzia, na Espanha, mostraram que a Pismis 24-1 é, na verdade, uma estrela dupla e muitos acreditam que seja tripla. Nem os grandes astros são solitários, como por vezes parecem!

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