sábado, janeiro 13

Restos de mim



Quando talvez esta dor tamanha

Despejar-se como óleo por este chão

E se estes olhos de lágrimas se fecharem

E estes sonhos debulharem-se em ação,


Quando então esta história desrimada

Encontrar graça, sentido, razão

E as horas de sofrimento esgotadas

Devolverem-se em tempo, em forma de perdão...


Quando por ventura este grito já cansado

Alcançar alguém disponível pela imensidão

Ou de tão forte, seja este verbo calado

Ou entoado de réplicas em meu coração...


Quando não tarde o talvez não for dúvida,

Nem atalho, nem fuga pela dura jornada,

Ou seja o meu pranto o recanto já frio

E esta solidão restante, quase nada...


Que seja esta fé, esta força, desafio

Minha razão mais duradoura e festejada,

Seja este chão um suave caminho,

Quando talvez nem reste mais frio, solidão: reste nada.

(Marcelle - 1999)
Imagem retirada do site: www.larazon.es

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