sábado, abril 27

Eu que não sei quase nada do mar...

                                            Serra dos Órgãos. E o pedido que olhemos avante!



“Eu que não sei quase nada do mar
Descobri que não sei nada de mim...

Clara, noite rara, nos levando além
da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos
na escuridão.”
(Ana Carolina).

 

Uau!

Estou ofegante após pedalar com você, Márcia. Talvez pelo entardecer da madrugada, e a fonte pequena que escolheu me chamando de velha...
 
De certo, a distinção corpo-mente tem sido meu foco perseguido nos últimos anos, mas os fragmentos distantes o berço para meu próprio perdoar-me. Ou a desculpa mais tola para não enfrentar-me. Ou a pequenez (diante do mar) necessária para verificar-me frágil.
L. da Vinci fala do homem-lagarto que nós trabalhadores-surfistas, penosos pelo dignificar o próprio pão (isso vem da Bíblia ou mais uma lorota ocidental?) sonhamos com a aposentadoria, com o gozar de afazeres voluntários e prazerosos – comer, rir, dormir, gemer, defecar. E nem sabemos se teremos nossas funções orgânicas prontas a isto como agora, em que produzimos para outros desfrutarem deste simples paraíso - apenas!
Shakespeare ousa revelar-nos como divinos – sei – no âmbito espiritual da coisa, e blasfema na conclusão. Como animais, melhor não sermos nem classificados, né? (Bancarota red).
Então vou eu “remexer na inquisição”: se assumirmos felizes (sem maiores ambições) convivermos e vivermos em paz no animalesco mundo de L. Da Vinci, e ocuparmo-nos nos intervalos à prática shakespeariana, talvez parecêssemos com o que a Criação idealizou para nós. Com o espírito santo, ao pé da letra, e como Jesus nos ensinou em seu exemplo – como humano, animal, Deus que é.
Talvez o redimensionar a vida fosse viável e a integridade corpo-mente fosse mais NATURAL. E os fragmentos distantes fossem 2 pontos de um linha reta (e não labiríntica) para nossa evolução simplesmente. Daí renasceríamos, sim... Após concluído o caminho. (imagem: Dedo de Deus). 
Mas o que temos são paradoxos e somos interrompidos de decifrá-los no meio do caminho. Injustamente (imposto por nossa opção ou não), somos postos a pensar como animais ferozes em sua própria raça, somos obrigados a comer e produzir estrumes sem lhes saber o destimo. Sem lhes reconhecer na própria grandiosidade, na falta de tempo (!!!) ditada pelo sistema, pelo capitalismo, pela ingovernância da massa (Vide Thrive moviment). E só enxergamo-na quando a energia vital se exaure e a saúde se vai (nesses estrumes inorgânicos).
Proponho agradecermos não o pão de cada dia, sovado de malabarismos anti-naturais, mas rezarmos para que ao ligarem-se os 2 pontos previamente propostos por nós antes mesmo de nascermos, ainda saibamos como fazer  tais pães  transformarem-se num bando de dejetos, se e somente se, enquanto isto, formos “admiráveis como um anjo” e um exemplo de homens (não animais) para Deus!

Sigamos! A evolução é nossa única missão!
 
Postado por Marcelle Sá - 27/04/13.
                                            Na saudade... Nasci no mar...

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