terça-feira, novembro 28

Bancarrota Red


Em meios a tantos “desastres” – meu último “talento” adquirido segundo “amigos” próximos – encontro-me exausta!
Talvez pelos tragos excedidos nestes últimos três meses – sem “goles” de cerveja associados – sinto-me quase que em insuficiência respiratória chegando ao final do segundo tempo.
Estou perdendo. Eu, e provavelmente todos que me amam vão perdendo comigo, porque não há segundo tempo em jogo solitário, só em coletivo. Tênis não tem tempo pra acabar; perde-se pela circunstância... Eu, vendo o cronômetro correndo, infelizmente sei que só depende de mim, mesmo que faltem força, ânimo, coragem, e que falte ar! Misturam-se a possibilidade da perda para as circunstâncias e o peso de não perder sozinha, numa inefável maratona em que o tempo conta e me trai! Não posso contar com ele... Queria era reinventar esta partida apelando do que julgo inédito para as evidências.
No meu velho e bom basquete éramos cinco; cinco recriando juntos as circunstâncias, nos ajudando, nos encorajando, levando por vezes à derrota alguns desconhecidos do banco e o coitado do treinador que não tinha tanta culpa assim... Sim, perdíamos juntos, por “nossa” culpa, e muitas vezes para o tal cronômetro que nos roubava a chance do “quem sabe se”...; do “de repente se”. E também vibrávamos juntos, abraçávamo-nos como se pudéssemos ocupar o mesmo lugar no espaço e não nos coubéssemos mutuamente...
Hoje é que aprecio mais os jogadores de vôlei! Jogo justo! Elitizado, diria... Reuniu circunstância, coletividade e desprezou o tal cronômetro...
Mas, como nunca quis mesmo ser “um vencedor” descubro-me não mais atleta, imposta à um jogo de tênis e com cronômetro!!! Na arquibancada? Qualquer um de plantão a rir-se do desastre próximo; apostando da minha sobrevivência à minha humilhação.
No banco: os que também amo e aos quais ao menos eu devia devolver a vitória porque cada um quer dividir do jeito que pode algum lugar comum no espaço que ocupo – independente de abraços! Nas mãos: alguns destinos, um maço, um copo de coca light, a bola e uma imagem de Nossa Senhora. À minha frente nada mais que um ponto de interrogação!
Depende das circunstâncias e que não parem o cronômetro porque ainda não terminei... Sou mais que força, ânimo, mais que coragem, sono e ar. Talvez não tenha a oportunidade de terminar no tempo certo, mas vou tentar, mesmo que eu “termine” após o fim devidamente cumprido...
- Assim perderei, ou não, com a cabeça no lugar dela e não abaixo! Porque desastre é estar na arquibancada, de mãos atadas, torcendo contra como em rinha de galo... Não sou gladiador, nem sou galo...
Hoje é que aprecio mais os cavalos! Animal justo! Diria, elitizado... Corre contra o tempo e contra o vizinho mas não lhes põe os pés na frente... Aceita as circunstâncias... Mas sobre o mundo animal converso outro dia. Senão os leões me devoram e sou jogada em restos aos porcos. Agora tenho pressa. Preciso terminar antes do cronômetro; enquanto houver ar, empurrar para prorrogação...
Aos do banco:
- Não perdi ainda não! Segurem a medalhinha, tragam mais água, um isqueiro e um lençol. Lençol para vendar meus olhos se por acaso eu fizer um ace (como aquela velha cesta de três no último minuto) e isto for um tiro de canhão na arquibancada.
Preciso vê-los arrasados não!!!

- Quero só continuar e espero que entendam!
(Marcelle - 28/11/2006)

Imagens: www.nutrinews.com.br/.../news/olhosvendados.bmp ; www.gilvanlemos.com.br www.historiadoexercito.hpg.ig.com.br ; www.kochtavares.com.br

Um comentário:

Varanda do Degredo disse...

Ô, mané!
Tem desastre não!
É apenas o avesso do tapete...
Aquiete-se, e pense que estes que atravacam o seu caminho, só olham o avesso do tapete, porque não foram bons artesãos de suas próprias vidas! Estes passarão, vc passarinho! Lembra disto!
Em breve vamos estar pintando a bancarrota de pink, vc verá!
Bjo de quem te ama muito e já enxerga o outro lado do tapete,
Márcia